Não sugiro que deixemos de ler os bons livros. De modo algum. O que observo é que tem tanta gente obcecada por livros, pessoas que lêem tudo, e lêem de tudo, mas são totalmente incapazes de ler a si próprias – o que pode ser evidenciado no cotidiano de suas vidas, em seus relacionamentos...
A validade de nossas leituras só será verificada quando nós demonstrarmos que no decorrer da caminhada nossos olhos converteram sua direção de fora para dentro. Ter a capacidade de ler a si mesmo é ter a capacidade de pensar por si mesmo. Quem não consegue ler a si próprio se manterá escravo de idéias alheias, será como lagarta que nunca sai do casulo a fim de se tornar borboleta.
Somos o livro mais fascinante a ser lido. Com uma grande diferença em relação a todos os outros: podemos ser agentes ativos no processo de escrita. Ao lermos, ditamos os novos capítulos; e os que não ditamos, podemos mudar seu curso, inserir novos personagens, deixar outros para trás, e uma infinidade de coisas mais.
Ler é ótimo. No entanto, ler a si mesmo é ter consciência de quem se está sendo, é condição para ler o mundo em que se vive e, depois disso, escolher e caminhar nas trilhas oferecidas.
Boa leitura!