quinta-feira, 8 de outubro de 2009

MUDANÇA DE BLOG


AMIGOS (AS) AGORA TENHO UM NOVO BLOG...POR FAVOR PEÇO PARA VOCES CLICAREM NO LINK ABAIXO OU SE DESEJAREM COPIEM E COLEM O LINK.

MEU NOVO BLOG CHAMA-SE PENSADOR COMPULSIVO.


UM GRANDE ABRAÇO E ESPERO SUA VISITA LÁ.

OLAVO

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

PEDAGOGIA DAS IDEIAS


Marcelo Simões - Pastor - ADI

Pedagogia das ideias é um lugar para pensar, repensar, ajuizar sem o casco dogmático da verdade absoluta da religião que tenta manipular o eterno com seu floreio fundamentalista. Um espaço livre da cerca denominacional, da gaiola da reta doutrina, da teologia politicamente correta, dos supostamente possuidores da verdade, por isso acredito que é uma grande anedota tentar controlar, prender, manejar, manipular o vento do Espírito que sopra onde quer, é absolutamente livre. Não tem como falarmos que Deus pensa e age como a religião. Só podemos discernir Deus a partir de Jesus, alinhando a nossa finita e efêmera vida ao pão vivo que desceu do céu.

Um recinto de fé para construirmos nossa vida sobre a análise da comunidade dos discípulos Bereianos que todos os dias examinavam as Escrituras, para ver se tudo era assim mesmo, conforme Paulo ensinava. Não batiam palmas para toda e qualquer palavra. Como acontece com o pensamento do senso comum evangélico, que não consegue refletir com a bíblia na mão e Deus no coração, mas se fartam com a alienação do mito do tanque de Betesda que esperam ainda um anjo descer e agitar a água da religião da maldade de uma fila perversa que nunca acaba. Comunidade Bereiana faz da mente um fluxo de pensamento que não se congela, mas que se renova pela lavagem da consciência do evangelho das boas novas. Somos moldados pelo Espírito para sermos cada vez mais parecidos com Jesus. Uma casa que reside longe da teia afirmativa de uma fé cercada de certezas dos apologistas que edificaram um edifício imponente na sua teoria, mas frágil no cotidiano da humanidade que sofre as variações do mundo e passa pelas etapas da vida. Como escreveu Gondim: “a graça de Deus e nossas frágeis certezas”.

Nessa reflexão, os poços das meias verdades da religião não podem saciar a sede da alma. Somente a verdade absoluta, que não é déspota, mas plena em amabilidade, tem um nome: JESUS DE NAZARÉ, a Palavra que se encarnou em gesto de mais puro amor para que pudéssemos trilhar o fértil caminho do solo da graça de Deus, desfrutando da amizade de um Pai abundantemente misericordioso, acolhedor.

A total verdade é uma pessoa que chora quando um amigo morre, que lamenta quando os seus o rejeitam, que fica indignado quando fazem da casa do Altíssimo um mercado da fé, que toca um leproso de forma terapêutica antes de curá-lo, que luta pela causa dos injustiçados, que se associa com os quebrantados de coração, que anda com os desistidos da vida, acua a sua caminhada para escutar alguém que vivia a margem do caminho do esquecimento humano, que livra um paralítico da fábula religiosa, que consola aqueles que vivem sobre o teto do luto, que recebe com o seu abraço de ternura o mais vil pecador sem questionar os seus feitos. E quem não é pecador?

sábado, 19 de setembro de 2009

DA GENTE QUE EU GOSTO


MARIO BENEDETTI


Eu gosto de gente que vibra, que não tem de ser empurrada, que não tem de dizer que faça as coisas, mas que sabe o que tem que fazer e que faz. A gente que cultiva seus sonhos até que esses sonhos se apoderam de sua própria realidade.

Eu gosto de gente com capacidade para assumir as conseqüências de suas ações, de gente que arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, que se permite, abandona os conselhos sensatos deixando as soluções nas mãos de Deus.

Eu gosto de gente que é justa com sua gente e consigo mesma, da gente que agradece o novo dia, as coisas boas que existem em sua vida, que vive cada hora com bom animo dando o melhor de si, agradecido de estar vivo, de poder distribuir sorrisos, de oferecer suas mãos e ajudar generosamente sem esperar nada em troca.

Eu gosto da gente capaz de me criticar construtivamente e de frente, mas sem me lastimar ou me ferir. Da gente que tem tato. Gosto da gente que possui sentido de justiça. A estes chamo de meus amigos.

Eu gosto da gente que sabe a importância da alegria e a pratica. Da gente que por meio de piadas nos ensina a conceber a vida com humor. Da gente que nunca deixa de ser animada.

Eu gosto de gente sincera e franca, capaz de se opor com argumentos razoáveis a qualquer decisão.
Gosto de gente fiel e persistente, que não descansa quando se trata de alcançar objetivos e idéias.

Eu gosto da gente de critério, a que não se envergonha em reconhecer que se equivocou ou que não sabe algo. De gente que, ao aceitar seus erros, se esforça genuinamente por não voltar a cometê-los. De gente que luta contra adversidades. Gosto de gente que busca soluções.

Eu gosto da gente que pensa e medita internamente. De gente que valoriza seus semelhantes, não por um estereotipo social, nem como se apresentam. De gente que não julga, nem deixa que outros julguem. Gosta de gente que tem personalidade.

Eu gosto da gente que é capaz de entender que o maior erro do ser humano é tentar arrancar da cabeça aquilo que não sai do coração.

A sensibilidade, a coragem, a solidariedade, a bondade, o respeito, a tranqüilidade, os valores, a alegria, a humildade, a fé, a felicidade, o tato, a confiança, a esperança, o agradecimento, a sabedoria, os sonhos, o arrependimento, e o amor para com os demais e consigo próprio são coisas fundamentais para se chamar GENTE.

Com gente como essa, me comprometo, para o que seja, pelo resto de minha vida... já que, por tê-los junto de mim, me dou por bem retribuído.

Impossível ganhar sem saber perder.
Impossível andar sem saber cair.
Impossível acertar sem saber errar.
Impossível viver sem saber reviver.

A glória não consiste em não cair nunca, mas em levantar-se todas as vezes que seja necessário.
E ISSO É ALGO QUE MUITO POUCA GENTE TEM O PRIVILEGIO DE PODER EXPERIMENTAR.
Bem aventurados aqueles que já conseguiram receber com a mesma naturalidade o ganhar e o perder, o acerto e o erro, o triunfo e a derrota...

Fonte: Katia Mariano

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

UM DIA VOCÊ ACORDA!



Um dia você acorda e sente que já não é mais o mesmo, que o cheiro da vida mudou, que as antigas motivações não lhe servem mais, como roupas antigas e apertadas, desbotadas pelo uso excessivo.

Um dia você acorda e percebe que a luz está diferente, que os sons da vizinhança não lhe dizem mais respeito, que o som do seu coração está cansado das mesmas batidas na terra, seu coração está pedindo é para voar. Percebe que antigos sonhos estão voltando, mas não têm lugar naquele pouco espaço que lhes foi destinado, como uma revoada de passarinhos a fazer um barulho incrível no seu peito, batendo asas e soltando penas.

Você acorda e se dá conta do que não fez, de onde não chegou, dos arranjos e das coisas e gentes que usou para seu gozo, e no entanto, não conseguiu ser íntegro consigo mesmo.

Um dia acorda e percebe: decepcionado, quis crer em tantas crenças e doutrinas, se esforçou para agradar a gregos e troianos, disse “sim” quando queria dizer “não”, e deixou de falar “não” tantas vezes que já não sabia mais qual era o seu querer, quais eram os seus sabores preferidos e a direção que escolheu caminhar.

Da mesma forma, acorda e percebe que estava com saudade da sua música, seus livros, seus segredos e seu ócio. Acorda e olha para o teto, vê possibilidades acima do teto; sorri, simpatizando-se com a aranha tecendo teimosa a despeito das estocadas diárias da vassoura.Sem se render, ela recomeça toda noite, e agora você se dá conta que existe a coragem de recomeçar.

Um dia você acorda e lembra que riu, comeu e sentou a mesa com gente que de fato nunca se importou, e você oferecendo seu melhor sorriso em troca de aceitação. Que bobagem. Lembra que não protestou diante de absurdos, recolhendo-se à boa educação de sempre.Lembra que deu o relógio para a pessoa errada, e deixou de abraçar por puro preconceito, e que não tentou mais uma vez.

Um dia você acorda cansado de dizer que está cansado de viver, e decide que vai correr o risco de recapitular suas teologias e filosofias.

Um dia. Um dia você acorda.

Helena Beatriz Pacitti

Fonte: Laion Monteiro
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Já acordei para um monte de coisas, mas sei que vou acordar muitas outras vezes.


Vamos acordar...


Olavo

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

DÁ PRA IMAGINAR JESUS NA MARCHA?



Dá para imaginar Jesus na Marcha para Jesus? Dá para imaginar Jesus subindo no palanque junto com o “presidente” Herodes que vai apresentar o seu candidato Pilatos para governador da Judéia ? Mas não podemos esquecer que Pilatos é bom para o povo. Pois deixa o povo realizar seus cultos livremente. E Herodes então ? Que homem bom ! Reconstruiu o Templo do Senhor. Que benção !


Dá para imaginar Jesus na Marcha para Jesus ? Dá para imaginar Jesus subindo no palanque junto com Caifás. O grande doutor pastor excelentíssimo presidente do conselho dos fariseus dos últimos dias? Junto com ele os saduceus e os “seus” que no palanque exibem suas vestes garbosas e imperiais. Estes mesmo que durante um ano inteiro não se falam e nem querem se falar mas neste dia tão especial, tão espiritual, dão as mãos nas suas orações! Que benção !


Dá para imaginar Jesus na Marcha para Jesus? Dá para imaginar Jesus subindo no palanque hoje com políticos e religiosos desta geração ? Com artistas do mundo go$pel que firmam contratos para adorarem em espírito e em verdade. E se forem bem recompensados até choram para emocionar !


Dá para imaginar Jesus na Marcha para Jesus? Dá para imaginar Jesus subindo no palanque sabendo que Suas ovelhas estão sendo levadas para o matadouro? Porque um dia os lobos foram convidados para subir no palanque para fazerem aparições e discursos de um futuro melhor para os evangélicos que precisam da proteção do estado.


Dá para imaginar Jesus na Marcha para Jesus? Dá para imaginar Jesus subindo no palanque hoje com políticos e lobos que foram convidados para a Marcha e descobriram que ali naquele aprisco tem comida barata para os seus ventres. Chamaram os lobos políticos e estes até deram um dia nacional para vomitarem nos palanques pelo Brasil inteiro: Jesus é o Senhor...mas não esqueçam o meu número é 171...votem em mim porque eu estou pagando esta festa linda !


Quer marchar? Marche ! Mas marche mesmo ! E não pare para os lobos com pele de ovelhas que apresentarão os seus shows contratuais e os Pilatos que querem ser vereadores, deputados, presidente...blá...blá..blá...


Marche mas não pare ! Marche sem parar !


Bispo Serol

terça-feira, 1 de setembro de 2009

PERFEIÇÃO E PROTEÇÃO


“Os que acreditam em um Deus títere, que enlaçou cordões nos dedos para manipular o mundo, nem precisam dominar leis, basta ganhar o favor divino; quem conquista a simpatia celestial, vira preferido. “Deus fará qualquer coisa para deixar a vida dos seus filhos isenta de sobressaltos”, prometem. “E se por algum motivo acontecer imprevisto, basta orar com fé; Deus, que permitiu doença ou acidente, vingará seu nome com um livramento sobrenatural”.

Os sistemas religiosos monoteístas se fortalecem com esse discurso; discurso de quem conhece o segredo de agradar a Divindade. “Obedeça, cumpra, sacrifique, humilhe-se e seja bonzinho segundo a nossa prescrição e o Senhor lhe sorrirá; a sua vida vai aprumar-se”.

Israel tentou; seus líderes se revezaram para homogeneizar as ações do povo. Tudo era feito para escapar de exércitos poderosos, de epidemias que assolavam o mundo antigo, de gafanhotos na lavoura, de infertilidade feminina (os homens nunca eram responsabilizados quando as mulheres não engravidavam).

Porém, os esforços empacavam. Bastava um sair da risca para desabar a idéia da nação impecável. Abraão mentiu. Ló tomou um porre. Moisés, intempestivo, assassinou. Acã afanou o que não devia. A lista de personagens que jogaram na lata do lixo a possibilidade da recompensa por bom comportamento é longuíssima.

Buscar uma humanidade perfeita com o intuito de acabar com o sofrimento, não funciona. Homens e mulheres serão sempre sombras e luzes. Bem e mal, duas palavras que zunem como golpe de espada, também expressam a riqueza da virtude. Acabar com a ambiguidade, que mora na alma, aniquila a criatividade humana. A pedagogia que conduz à maturidade precisa acolher erro, deslizes, inadequação.

Deus não desejou criar gente absolutamente previsível, pateticamente conformada às suas leis. Ele criou para que aprendêssemos a trabalhar o vai-e-vem do coração; hora, doce, hora, amargo. Ele espera que descubramos, nas excursões para o interior da alma, a riqueza do eterno vir-a-ser.

Trecho do texto Perfeição e Proteção de Ricardo Gondim

Fonte Laion Monteiro

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

PAZ SEJA CONVOSCO!



“PAZ SEJA CONVOSCO!” - Essa é saudação de Cristo aos seus discípulos, pós ressurreição, em um momento de conflito, de conturbação, de incertezas, para aqueles que durante três anos andaram com Ele, e que agora não entendiam nada do que estava acontecendo.

Tem dias que me sinto como os discípulos, cheio de conflitos, incertezas, conturbado, e em algumas vezes fico imaginando que Cristo vai aparecer do nada, e dizer pra mim “PAZ SEJA CONVOSCO!”.

E como num passe de mágica, ficarei em paz.

Sei que isso não vai acontecer, não vai acontecer, não porque Deus não pode fazer isto por mim, porque Ele pode, mas porque Ele quer que eu aprenda a entender o que é sua paz.

Tem tantos aí no mundo evangélico cumprimentando uns aos outros com “PAZ!”, mas pouquíssimos desses sabem e entendem o que é verdadeiramente paz.

Jesus certa feita disse em João 14:27 Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize.

Que paz é essa que Ele nos dá? Já que essa paz, não é a paz do mundo, mas Dele. A do mundo conhecemos, é aquela que quando dá tudo certo, estamos em paz...é aquela que quando nos satisfazemos, estamos em paz...paz do mundo é aquela que achamos que merecemos viver, por tudo aquilo que fizemos.

A paz de Cristo, não nos livra do mal, não nos livra da aflição de existir, não nos livra do dia em que dá tudo errado, não nos livra de nossas frustrações, mas nos faz entender que mesmo passando por tudo isso, mesmo que vivendo as aflições, porque “no mundo tereis aflições”, teremos a paz fruto do Espírito Santo em nós, que não é um sentimento que anula todos os resultados de nossas aflições, porque se fosse assim, Jesus na agonia do jardim do Getsemani, não teria sentido tudo o que sentiu ali, mas foi envolvido pela paz do Espírito Santo, paz essa que excede todo entendimento.

E hoje escrevo este texto, para reforçar em meu espírito, de que a paz de Jesus, através do seu Espírito Santo está em mim, mesmo que enfrentando estes dias difíceis, mesmo não entendendo nada, mesmo não tendo as respostas dos porquês, mesmo no dia do choro, no dia em que não encontramos o ombro amigo, é nesses momentos e dias, que entendemos a paz de Cristo. Porque tal paz convive com a contradição e passa pelas veredas espinhosas das circunstancias, mas não se rende jamais, pois, é alimentada por uma certeza superior, e que vem do Alto.

PAZ SEJA COMIGO! PAZ SEJA CONVOSCO!

Olavo

terça-feira, 25 de agosto de 2009

HAJA OUVIDOS...


Outro dia estava pensando sobre as músicas que o mundo gospel, está ouvindo, que está nas paradas de sucesso, e cheguei a seguinte conclusão, pra ficar ruim tem que melhorar muito.

Porque cheguei a essa conclusão, porque é uma musica viciada no evangeliquez, cheia de jargões, de triunfalismos, uma hora é para cair fogo...fogo...fogo...quando queima tudo, começa a pedir manda chuva...chuva...chuva...morrem afogados! Haja ouvidos.

Vai compreender o que eles querem! Acredito que até Deus do céu, deve perguntar: O que esse povo quer, meu deus? Ops...eu sou Deus!

Letras que falam sobre visões, que mais parecem viagens de quem fuma um baseado, que falam do ser apostólico, do ser ungido, do ser que voa nas asas do vento (esse é até poético), dos que levam e dos que trazem a arca...e por ai vai...haja ouvidos!

Sinceramente fico até saudosista, quando me lembro de canções que meu avo cantava, quando tecia sua rede de pesca (era um bom pescador, como também sou...risos), canções que ainda não me saem da cabeça, mesmo depois de 30 anos passados.

Letras e músicas que continham verdadeiros sentimentos, de quem queria louvar a Deus, e não apenas fazer sucesso, vender discos, ser considerado um bom cantor entre as instituições, pois vão de encontro ao que o mundo evangélico precisa, milagres, poder, prosperidade, cura e unção.

Mas sei também que ainda há um remanescente hoje que compõe musicas e letras boas de ouvir, e a esses ergo minhas mãos e agradeço ao pai, por eles existirem.

A essa música que não precisa ser gospel ou evangélica, apenas boa...sou todo ouvido, como é o caso da música do João Alexandre, ouçam, porque é muito boa.

OLAVO

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

SE ISSO É IGREJA, SOU MAIS O MEU QUARTO


“Assim, pois, as igrejas em toda a Judéia, e Galiléia e Samaria tinham paz, e eram edificadas; e se multiplicavam, andando no temor do Senhor e consolação do Espírito Santo.” – At 9.31

“E sujeitou todas as coisas a seus pés, e sobre todas as coisas o constituiu como cabeça da igreja, que é o seu corpo, a plenitude daquele que cumpre tudo em todos.” – Ef 1.22-23

“A mim, o mínimo de todos os santos, me foi dada esta graça de anunciar entre os gentios, por meio do evangelho, as riquezas incompreensíveis de Cristo, e demonstrar a todos qual seja a dispensação do mistério, que desde os séculos esteve oculto em Deus, que tudo criou por meio de Jesus Cristo; para que agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus, segundo o eterno propósito que fez em Cristo Jesus nosso Senhor, no qual temos ousadia e acesso com confiança, pela nossa fé nele. ” – Ef 3.8-12



Já ouvi muitas fábulas em relação à permanência dos crentes numa igreja. Uma delas diz que a igreja é igual à arca de Noé, um lugar cheio de bichos e suas necessidades fisiológicas, e que cheira mal, porém é melhor estar lá dentro do que lá fora em meio ao dilúvio. Outra diz que crente é igual uma abelha: num enxame (ou igreja), vence qualquer inimigo; sozinho, morre num tapa só. Daí a se pensar que a igreja é um organismo super-poderoso, e deve ser mesmo, afinal é nada mais, nada menos que o Corpo de Cristo, Daquele que venceu a morte e o inferno ao levar sobre Si todos as maldições e enfermidades da raça humana. Mas será que a Igreja de Cristo é isso que vemos?

É muito fácil abrir uma igreja. Aluga-se uma garagem e já dá para iniciar uma congregação. Pensa-se num nome pomposo (que tal Igreja Transcontinental da Majestade do Alto? – está muito difícil achar um nome de igreja que não exista), convida-se os vizinhos e amigos e pronto: temos uma Igreja! Se fosse só isso estaria ótimo, o problema é o que é ensinado e vivido por lá.

Já percebeu como sempre há a mesma desculpa para a abertura de uma nova denominação (corrupção da antiga, envolvimento com maçonaria, erros doutrinários, etc), porém na nova se repetem os mesmos, ou até piores, erros da anterior? Ou seja, não há a intenção real de se fazer uma Igreja segundo a Palavra, apenas a de se criar mais um papado.

Sim, papado. A Igreja evangélica brasileira é próspera em papas. Há o Bento XVI e há o papa de cada denominação. Cada fundador se torna um papa, infalível e insubstituível. A permanência no poder é eterna, e os estatutos asseguram que a igreja não sairá de suas rédeas curtas. Quem ousa se levantar contra o “papa” é logo taxado como em rebelião, e expulso ou convencido sutilmente a deixar a denominação. E assim uma nova igreja é criada, e o círculo se repete indefinidamente, causando estranheza principalmente em quem não é cristão, pela quantidade absurda de placas diferentes.

Fico imaginando se Lutero vivesse nos dias de hoje… em seu tempo, precisou se opor a apenas um papa. Hoje, teria que imprimir milhares de teses, uma para cada papa evangélico. Um Lutero só não conseguiria fazer isso não!

O absurdo das várias denominações é tão escancarado que basta andar pelas ruas das cidades para o verificar. Aqui em São Paulo, na Av. Águia de Haia (zona leste da capital), há 6 anos atrás havia três denominações na mesma quadra. O pior: três casas (ou templos) grudados, um depois do outro, porta com porta. Sinceramente, a intenção nesse lugar é evangelizar ou apenas demonstrar o poder da sua denominação que, claro, precisa gritar mais do que as outras vizinhas caso os cultos sejam no mesmo horário? E isso não acontece só nessa rua, acontece em todos os lugares: se as igrejas não são vizinhas de porta, são de quadra, de rua. Mas o lugar permanece ruim e violento do mesmo jeito.

Nós somos chamados para ser sal e luz. Como sal e luz mantém um lugar insosso e escuro? Como, em meio a tantas igrejas, ainda há pessoas morando nas ruas, pessoas se drogando, se prostituindo, roubando e matando? Pessoas mentindo, enganando, chantageando, manipulando? Por que, com tantas igrejas, o Brasil está a cada dia pior? Não deveria ocorrer o contrário?

O que vou dizer agora poderá escandalizar muita gente, mas é o que penso: muitas que se dizem igrejas não o são, espiritualmente falando, não passando de um “clubinho de eleitos”. Você chega, entra no clube, paga a mensalidade, ouve as assembléias, se diverte (canta, dança, ri, chora, extravasa) e vai embora mais feliz, entretido momentaneamente. Aí chega em casa, a criança continua gritando, o marido bebendo, a vizinha atrapalhando, o chefe atormentando; afinal a instituição que se autodenomina igreja, apesar de citar a Deus, não Lhe dá espaço para atuação, preferindo a manifestação de espíritos dançarinos, saltadores, giratórios, que promovam bastante carnaval no recinto. Assim, enganados muitas vezes por “fogo estranho”, não deixamos o Espírito Santo agir em nós, nos transformando, e por isso continuamos vendo todos os defeitos nos outros e na droga de vida que temos.

Note bem, sou pentecostal, acredito nos dons espirituais, mas atribui-se ao Espírito Santo algumas coisas nas igrejas que só por Deus!!!

Se a igreja não consegue transformar quem está dentro, imagine transformar a realidade ao seu redor… E se a igreja não transforma vidas, apenas as “transtorna”, já não é igreja, não é congregação, comunhão, é apenas distração e sacrifício para almejar as bênçãos divinas.

É estranho, mas quanto mais aprendemos a Verdade da Palavra, mais distantes nos tornamos de uma igreja. Não deveria ser o contrário? Não deveríamos nos lançar com maior amor à congregação, sabendo que lá estaremos proclamando o amor ao próximo e a Deus?

O problema é que a igreja não nos transmite amor. Tudo é aparência. Os pastores não têm amor pelas ovelhas, e sim por tosquia-las. As ovelhas, por sua vez, querem estar mais próximas de seus pastores, e para isso não medem esforços, mesmo que seja necessário pisotear outras ovelhas que estejam em seu caminho. É cada um por si e Deus por todos. A igreja se tornou o reino do diz-que-me-diz, onde uns apontam os erros dos outros e todos se acham santos. Só que os erros são apontados não com amor, mas com juízo. Adulterar ou engravidar antes do casamento? Aparte-se de mim!!! Mas mentir e roubar um pouquinho poooooooode!

Mas não pára por aqui. É cada dia mais difícil ouvir uma pregação até o fim. São palavras previsíveis, de exaltação (quase nunca exortação), bom ânimo, esperança, revelações e revelamentos que nunca se realizam (essa noite Deus está curando suas feridas! – as feridas não são curadas, e no culto seguinte: essa noite Deus está completando a obra em sua vida! – e a obra não é completa, aí no culto seguinte a mesma coisa sempre). Não ouvimos pastores, ouvimos doutores em auto-ajuda: todas as bênçãos nos pertencem, somos cabeça e não cauda, o diabo está debaixo dos nossos pés, mas no dia seguinte ainda temos dívidas, problemas, doenças, vazio.
Será que Deus deixou de agir? Ou a instituição que se diz “igreja” é que fala por Ele com engano, a fim, mesmo que inconscientemente, de desacredita-Lo?

Não consigo mais ouvir sermões de auto-ajuda e falsas promessas. Não consigo mais sentar num banco de uma igreja, sabendo que a principal hora não é a da pregação, mas a da coleta. Não aguento mais uma hora de louvor, com bandas desafinadas e cantores “se achando”, provocando o choro fácil não por unção, mas porque, na assembléia dos santos, todos temos motivos para chorar. Simplesmente não aguento mais isso, e peço perdão a Deus se isso O desagrada, mas não quero ir numa igreja por falsidade e ficar vendo defeito em tudo, como foi das últimas vezes.

Eu queria frequentar A Igreja. Não a imagino um mega-templo, com poltronas acolchoadas, ar-condicionado, altar gigante. Eu a imagino uma casa simples, com pessoas simples independente de sua situação financeira. Eu a imagino um lugar onde a acolhida é com amor sincero, não com um risinho forçado e o “seja-bem-vinda-amada” de praxe. Eu a imagino com pessoas que contribuem voluntariamente e com alegria, e que se importam com o irmão ao lado, suprindo-o de acordo com suas necessidades. Sinceramente não consigo frequentar um local onde, em nome de Deus, são lançados gafanhotos devoradores sobre quem não paga a mensalidade. A Igreja que eu quero frequentar tem problemas, pois tem pessoas com problemas, mas lá é possível discordar, perguntar, até duvidar, sabendo que ninguém levará nada para o pessoal, continuando a haver amor apesar das diferenças. A Igreja que eu quero frequentar é uma em Deus, reflete Sua Graça e Misericórdia, Sua Alegria e Beleza, mesmo que, aos olhos humanos, possa não passar de um casebre. Na Igreja que eu quero frequentar mal dá para definir seus líderes, pois o maior se faz de menor, o serve e não busca ser servido. A Igreja que eu quero frequentar traz os ensinamentos de Deus, segue a sã doutrina, não as doutrinas temporárias de homens. A Igreja que eu quero frequentar transforma não só os que lá estão, mas toda a realidade à sua volta, pois se importa com os famintos, os drogados, os excluídos de toda a sorte.

Você conhece essa Igreja? Se conhecer, por favor, me passe com urgência seu endereço ou telefone. Se não a conhecer, infelizmente continuarei a congregar no meu quarto, pois não vou esquentar um banco qualquer apenas para aparentar santidade.

Fonte: Stay Freak - Publicado originalmente no blog Estrangeira

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Tudo é Vaidade - João Alexandre

sábado, 25 de julho de 2009

Cansado de gente cansada de igreja!


Jarbas Aragão


Durante minha caminhada cristã, desde 1993 para ser mais específico, encontrei com todo tipo de crente. Gente que ama e gente que odeia a igreja. Gente que se alegra pelo crescimento dela e gente que se desespera com isso. Gente que acredita na instituição e gente que não acredita. Eu mesmo já tive altos e baixos na fé, já troquei de igreja, de denominação e de “ministério” amais de uma vez. Os motivos foram vários, desde uma questão de geografia até a mais pura e simples incompatibilidade teológica com o(s) pastor(es). Também já tive um tempo (curto) fora da igreja. Sei como se sentem os que saem da igreja.


O que me faz repensar muitas vezes até que ponto essa aparente crise de confiança na instituição que parece ter se popularizado nesta era da internet. Tenho visto nas redes sociais e nos blogs que se multiplicam diariamente muita gente só reclamar da igreja. Alguns apenas repetem o mantra “Jesus não fundou uma igreja”, outros foram profundamente ofendidos/feridos por algo ou alguém dentro de uma igreja e reagiram. De um tempo pra cá surgiram vários livros sobre o assunto, tanto nacionais quanto traduzidos. Lembro dealguns: Igreja? To fora (Ricardo Agreste), Igreja: por que me importar? (Philip Yancey), Igreja? e eu com isso (Ariovaldo Ramos) e mais recente o candidato a best seller “Por que você não quer mais ir à igreja” de Wayne Jacobsen e Dave Coleman.


Sejam os livros, sejam o blogs, todos tem seus argumentos (pró e contra) e certamente bons motivos para estimular seus leitores a irem (ou não) à igreja. Até ai eu entendo e posso concordar. O que eu não entendo é porque vemos tanta gente agir da mesma maneira que os que ele condena agem. Eu explico. Leio textos de pessoas que atacam a instituição igreja com tanta convicção e paixão que acabam mostrando o mesmo tipo de intolerância com quem pensa diferente quanto tem/teriam os membros das igrejas que eles participaram. É uma verdadeira enxurrada de material ridicularizando este ou aquele pregador, esta ou aquela igreja, este ou aquele ministério. Isso me cansa. Esse enfado proclamado aos quatro ventos enfada também! Não quero dizer que não existam pastores maus, ou igrejas que manipulam ou exploram as pessoas. Mas a premissa de fazer disso uma regra é cansativa demais. Parece que ninguém mais presta!


Realmente não vejo sentido em ficar tanto tempo argumento contra algo, se a melhor opção seria sair de trás do computador , da sua zona de conforto e fazer algo de construtivo. Essa era a motivação de Jesus, afinal não vemos no NT ele reclamando o tempo todo do sistema judaico. O Senhor que muitos desses cristãos cansados de igreja dizem seguir mostrou sua insatisfação sim, mas agiu também. Jesus não ficou apenas fazendo piadas dos sacerdotes, nem escreveu textos ridicularizando os rituais e sacrifícios judaicos, tampouco incentivou os judeus sérios a simplesmente pararem de ir ao Templo. Da mesma maneira, os reformadores foram o que o nome indica, pessoas que buscaram reformar o que estava errado. Protestante no sentido de protestar contra o que estava ruim, errado, distorcido. Quando não conseguiram o que queriam, fundaram sua própria igreja. Sim, isso causou alguns problemas (e às vezes causa até hoje). Mas ao menos foi uma atitude coerente com o que pensavam.


Hoje em dia parece que é muito mais fácil ficar em casa apontando o dedo pros erros alheios. É fácil criticar todos os pastores e todas as igrejas como se fossem tudo a mesma coisa. Não sou cego aos problemas da igreja evangélica brasileira, nem penso que o cristão sincero não pode pensar. O que me cansa nisso tudo é ver que existem tantos ministérios sérios por aí, tantos missionários que dão sua vida pelo evangelho, tanta gente que só quer anunciar a salvação e viver pra Deus. Esse em geral eu não vejo eles escreverem nada, estão ocupados demais trabalhando em prol do Reino.


A maioria do pessoal que se diz cansado (ou livre) de igreja no fundo se acha melhor que nós, “os pobres coitados” que ainda acreditam que a Bíblia ensina que existe um corpo de Cristo e que esse corpo deve se reunir, algo instituído por Deus para que o evangelho seja anunciado. Gostaria realmente de saber até aonde vai o compromisso desse pessoal que se vangloria de estar cansado e de ter se libertado da instituição. Quantas pessoas eles levaram a Jesus no último ano? Quanto investiram do seu bolso na propagação do evangelho? Quanto tempo passaram orando por mudanças na sua própria vida? Orando pelos líderes que eles gostam de atacar? Uma resposta honesta seria bem-vinda. Acho que surpreenderia a muitos.


Poderia citar aqui muitos versículos para defender a igreja, mas não preciso fazer isso. Qualquer um que leia com honestidade o NT sabe como a igreja é retratada em suas páginas. Mas realmente estou cansado desse pessoal tentar fazer com que outros abandonem os bancos das igrejas. Já estive em igrejas em quatro continentes. Ela segue existindo, quer eles queriam quer não queiram. Por mais que se acuse e se ataque, tem dois mil anos que ela anda por ai e pelo que sei só terminará com a volta de Cristo.


Termino com um pedido e um lembrete. Pedido: Sua igreja está ruim? Faça sua parte para melhorá-la. Não deu, não quer? Abra sua própria igreja (não conheço outro termo bíblico para reunião de cristãos, sorry)! Aproveite essa disposição e inteligência que Deus te deu para ajudar outros a conhecer o caminho para Deus. E o lembrete? Meus caros irmãos cansados da igreja, Lucas 6:42 também vale para você “Como poderás dizer a teu irmão: Deixa, irmão, que eu tire o argueiro do teu olho, não vendo tu mesmo a trave que está no teu? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho e, então, verás claramente para tirar o argueiro que está no olho de teu irmão.”


Este Texto foi publicado no blog dos 30 pelo Jarbas. Copiado do Blog Tomei a pilula vermelha.

Segue abaixo meu comentário...

Esse texto me chamou a atenção, até porque quis responder a mim mesmo e ao Jarbas que fez as perguntas, se tomei o caminho errado.

Bom, um breve resume de minha vida eclesiástica é que participei de duas instituições na minha vida, uma fiquei lá 17 anos e há outra 10 anos, nesta última alcancei alguns postos ministeriais, saindo de um simples levita e chegando a ser Bispo.

Posso garantir que nesses 27 anos de instituição, foram pouquíssimas as vezes que não me senti acusado, acuado, devedor, manipulado e manipulador, por causa dos tantos compromissos e responsabilidades, não com o reino de Deus, mas com o reino dos homens e para os homens.

Tem algumas coisas que fiz que me envergonho, só de lembrar como agora estou lembrando, Senhor perdoa-me.

Bom dito isto, vou responder as perguntas do Jarbas, com toda sinceridade que há no meu coração.

1) Quantas pessoas eles levaram a Jesus no último ano?

Fazem um ano e meio, que sai do sistema religioso institucional e denominacional, e sinceramente não tenho mais essa preocupação de “levar” pessoas a Jesus, tinha a preocupação quando era do sistema, aliás, lá se tem meta, desafios para isso, e não importa como se é feito, desde que se faça, podendo inclusive ameaçar a pessoa, se ela não for ela vai pra inferno, o diabo vai matá-la, ou se quiser ter uma vida boa, ter sucesso ou enriquecer basta vir até Jesus..

Hoje minha preocupação é aprender a amar o meu próximo, se isso é “levar” a pessoa a Jesus, então tenho feito com muita dificuldade, mas tenho aprendido que na liberdade de Cristo, tenho feito isto com muito maior empenho e alegria. E sinceramente não me lembro de “quantas” pessoas levei até Jesus, até porque não estou preocupados quão “quantas”, e acho que o Senhor também não, mas “como” tenho levado essas pessoas até Jesus.

2) Quanto investiram do seu bolso na propagação do evangelho?

Rapaz como eu ouvia e falava disso na instituição, alias eu explorava isso...me envergonho também...Senhor perdoa-me.

Para se propagar o evangelho de Jesus, não o evangelho dos evangélicos, o que menos se precisa é de dinheiro, não que não precise, mas é o que menos se precisa.

O que se precisa é amor, é doação da própria vida, é o compartilhar com o próximo, é o se dar uns aos outros, e nada disso tem haver com “quanto tenho investido do meu bolso”, tem haver com o que verdadeiramente eu sinto e vivo dentro do meu coração, apartir desse sentimento tudo o que tenho é para o outro, sendo para o outro, é para a propagação do evangelho de Jesus. É assim que Jesus dá o exemplo com o bom samaritano.

3) Quanto tempo passaram orando por mudanças na sua própria vida?

Confesso que não tenho orado do jeito que orava, na instituição. Hoje oro muito menos, até porque minhas orações eram muito mais ritualistas, orações para dar exemplo aos outros, era um mantra de uma ou duas horas para alcançar uma pseuda santidade, do que uma oração como as que Jesus deixou como exemplo.

Hoje oro muito menos, mas com mais objetividade, com o meu coração quebrantado sabendo quem sou, e diante de quem tenho me prostrado.

E Ele que sabe tudo, antes mesmo que alguma palavra chegue minha boca, me consola e me ajuda a viver as mudanças que preciso viver em minha vida.

4) Orando pelos líderes que eles gostam de atacar?

Olha seria eu um canalha e falso se dissesse aqui, que oro, que clamo pela vida de meus antigos lideres ou por aqueles que falo em meu blog, por isso eu me envergonho também...Senhor perdoa-me e me ajude a aprender a orar por eles.

Agora o que você chama de “atacar”, eu chamo de dizer a verdade, e aqueles que buscam a verdade, não podem ser condenados por isso. Mas como Jesus mesmo disse no texto que você citou de Lucas 6:42, reconheci a verdade que é Cristo e Ele tirou essa trave (instituição) de meus olhos.

Um grande abraço a todos.

Sempre no caminho e no caminho certo.

Olavo

quinta-feira, 2 de julho de 2009

FELIZ DO JEITO CERTO



A maioria dos religiosos subestima a simplicidade. Com seus adereços sagrados, indumentária distinta, termos e expressões próprias, intensa dedicação em belos rituais, nobres costumes e tradições requintadas eles se perdem da sutileza Divina. Ignoram a afabilidade do Pai e o Espírito singelo do Filho.

Um dos grandes perigos dos usos e costumes é que tais são muito passíveis de sobrepor o valor das pessoas. O pragmatismo religioso tende a visar não o envolvimento de amor com os perdidos, mas, a buscar os efeitos práticos desse envolvimento. Dessa maneira muda-se o foco das pessoas para o resultado advindo delas.

E quanto mais perto dessa mentalidade, menos práticos - por mais paradoxo que possa soar - e simplórios nos tornamos ao travar uma relação interpessoal. Quando nossas atitudes convergem na única prédica que é receber algo em função de um relacionamento, nosso comportamento equivale ao retinir do metal. Não haverá amor nem doação de nossa parte à outra pessoa porque não intentamos
simplesmenteamá-la, mas conseguir, da mesma, algum resultado esperado.

Queremos ser felizes em nosso contato fraternal. E equivocadamente tentamos conseguir isso de forma hipócrita e egoísta. Afirmamos a nós mesmos - por dever à consciência cristã - que amamos o próximo, mas, bem sabemos que o verdadeiro objetivo desse "amor" é alcançar alguma coisa por essa
pseudodoação de nós mesmos à outrem. Os religiosos tentam ser felizes quando relacionam-se com os perdidos porque esperam desse contato "efetivo" uma conversão em potencial - leia-se um efeito proselitista.

E essa dissimulação relacional nao infere apenas na realidade religiosa, mas, também em todas as esferas da nossa vida. Ansiamos alcançar a felicidade às custas do próximo camuflando nossas relações com aparência de altruísmo. Nos casamos esperando que o outro nos faça feliz. Tornamo-nos amigos esperando beneficiarmo-nos da amizade. Pregamos o Evangelho esperando satisfação no proselitismo do outro. E essa atitude invade o campo da relação com Deus manifestando-se através de barganhas e mimos. Não isentamos o próprio Deus de nossa imaturidade egoísta e lançamos sobre Ele a responsabilidade de nos pagar o tempo, dinheiro e energia gastos em oração, em jejum, em campanhas, em máscaras puritanas e contribuições vazias de neutras intenções.

Queremos ser felizes. Mas, exaurimos o outro para que alcancemos tal objetivo. Sugamos o carinho, a atenção, a disposição, a lealdade, o amor, o dinheiro, a admiração, o talento e a amizade dos outros para nós mesmos de forma a nos saciarmos. O outro é apenas um meio que proporciona-nos um pouco de felicidade. Mas, jamais o afirmamos isso a eles. E com certeza muito menos a nós mesmos. Mas, é fato que, quando não temos o caráter de Cristo estabelecido em nossa personalidade, somos usurpadores e impostores que valem-se de qualquer coisa e de todos para que sintamo-nos felizes. E, então, tornamo-nos seres complexos, cheios de dissimulação, de omissões e mascarados. Perdemos a simplicidade de amar somente.

E por isso não somos de fato felizes. Primeiro porque Cristo não habita plena e integralmente em nós. Depois porque não podemos ser felizes esperando que isso venha do próximo. Como se fosse obrigação dele nos fazer feliz por ser nosso amigo, nossa esposa ou eposo, nosso pai ou mãe. Só aprenderemos a felicidade quando percebermos que é quando despojamo-nos pelo próximo que somos "mais que felizes".

Seremos felizes quando conseguirmos inverter nosso papel egoísta nas relações com o próximo. E ao invés de esperar que ele nos faça feliz, faze-lo feliz primeiro. E tornar esse o objetivo majoritário de qualquer relação fraternal, conjugal... social. Fazer o outro feliz sem esperar que o mesmo tenha a mesma concepção que você. E, portanto, não ter expectativas de receber nada em troca.

Evangelize pensando em fazer o perdido feliz com as boas novas de Cristo. Case-se pensando em faze-la(o) a pessoa mais feliz do mundo. Faça um amigo por acha-lo interessante e querer contribuir com sua amizade. Cultive as amizades esperando doar-se e servir ao invés de ser servido. Honre ao invés de esperar ser honrado.

Quando alcançarmos tal nível de consistência em nosso jeito de ser, refletindo a imagem de Cristo, teremos alcançado não a felicidade crônica, mas, os momentos felizes que temperam a vida.

Thiago Mendanha
Fonte: Tomei a pilula vermelha

segunda-feira, 29 de junho de 2009

ABRAÇO GRÁTIS (Free Hugs)

Aproveitem e reflitam sobre ser cristão através de atos pequenos, mas que causam grande efeito na vida das pessoas.

Fonte: Descanso das Almas

Olavo

quarta-feira, 10 de junho de 2009

CONTINGÊNCIA E O VÔO 447



Ricardo Gondim

O mundo está em choque. De novo a contingência mostra sua cara na tragédia do vôo da Air France. Vale lembrar: contingência significa que os acontecimentos não são sempre necessários. Quando ocorre alguma coisa sem uma razão que a explique ou justifique. Contingência gera imprevisto; fatos que escapam à engrenagem da causa e do efeito. Um avião cai porque o mundo é contingente, não porque tenha sido vítima do destino ou de um plano de Deus.

Diz-se no senso comum que as pessoas só morrem quando chega a hora. Caso isso fosse verdadeiro, o destino reuniu em uma aeronave as pessoas que deveriam morrer naquele dia. Isso daria à fatalidade um poder apavorante. Impossível pensar que gente de mais de trinta países entrou no vôo 447 sem saber que obedecia a uma força cega, que determinava aquele como o último dia de suas vidas.

Igualmente, acreditar que Deus permite a queda do avião porque tem algum propósito, soa esquisito. Cada pessoa, com histórias, projetos, sonhos, foram arrancadas da existência para que se cumprisse qual objetivo? Um objetivo macro? Isto é, para que a humanidade aprendesse ou se arrependesse? Isso faria com que as biografias fossem descartáveis, desprezíveis. O Divino Oleiro, sem precisar se explicar, afogaria tanta gente para conduzir a macro história para o fim glorioso? Sim? Mesmo que exista esse deus, eu não o quero.

Também, algumas pessoas aceitam que Deus tem um plano para cada morte individual. Verdade, ele é Deus, tem todo o poder e é capaz de reunir, em um só lugar, quem deveria morrer. Mas também é bom. Então todos os passageiros foram eleitos para cumprir qual bem? Satisfaz pensar que o bem de ceifar tantas vidas, mesmo sem nenhum sentido do lado de cá, na eternidade está garantido? (Deus sabe o que faz?!?!) Como explicar tal conceito para pais, filhos e parentes desolados? Todos acorrentados à trágica realidade que lhes roubou de seus queridos.

A idéia de que Deus tem um plano para cada morte se esvazia diante dos números. Um avião caiu, mas o que dizer dos incontáveis acidentes de todos os dias? O que dizer das balas perdidas que aleijam transeuntes? E dos erros médicos ou dos acidentes de trânsito? Recentemente uma senhora de nossa comunidade caiu da laje da casa em construção. Ela fotografava a obra para que a filha ajudasse com as despesas do acabamento. Quebrou a coluna e ficou paraplégica. A última explicação que se poderia dar é que Deus tinha um plano em deixá-la aleijada.

Jesus nunca cogitou o mundo sem contingência. Pelo contrário, não atrelou a queda de uma torre aos desígnios divinos; não disse que a cegueira do homem era consequência causal das ações interiores, dele ou de seus pais; advertiu que os seus discípulos enfrentariam tempestade, aflição e morte.

Contingência é o espaço da liberdade, portanto, da condição humana. Sem contingência nos desumanizaríamos. A consciência do risco de adoecer e da imprevisibilidade da morte súbita é o preço que pagamos por nossa humanidade.

O desastre do avião mostra a inutilidade de pensar que o exercício correto da religião e a capacidade tecnológica mais excelente sejam suficientes para anular a contingência. Nossa vida é imprecisa e efêmera. Portanto, vivamos intensamente. Cada instante pode ser o último – Carpe Diem!

Soli Deo Gloria