Se não fosse trágico, seria cômico...

Esses programas evangélicos de televisão são de fazer rir ou de fazer chorar? Eis a questão...

Em minha casa, no conforto do meu lar, deitado em sofá esplêndido, nas delicias do controle total do controle remoto, porque para o homem que se preza, não resolve apenas assistir televisão, tem que ser ter controle do controle remoto, não pode estar nas mãos de ninguém, apenas na sua.

É neste ambiente, que por algumas vezes me pego assistindo ou ouvindo programas evangélicos, confesso que ainda tenho uma quedinha por eles, é meio masoquista, mas é verdade e confesso, e a bíblia é que garante que “a verdade liberta...”, espero ainda ser livre desse mal.

Mas faço isso, porque é muito hilário, o que vejo e o que escuto, pena que não é comedia, pena que é trágico, e que muitas vidas entram pelos caminhos sugeridos, pelos apresentadores desses programas, alguns programas até com nomes bem sugestivos: “Show da Fé”, “Fala que eu te escuto”, “Ponto de Luz”, “De bem com a vida” e muitos outros.

Todos falando sobre um balcão para se resolverem problemas, sejam eles de casamento, financeiro, empresarial, desemprego, vícios, encostos, assombrações, sentimentais, saúde e tudo de mal que o ser humano possa viver, neste balcão eles tem a “solução”, aliás a solução depende muito do tamanho da sua fé, e eles são capazes de medir sua fé, pelo tamanho da sua capacidade de ofertar ou de associar-se através de pagamentos via boletos ou depósitos bancários.

E ai com o pagamento, deposito, envelope na mão, basta reivindicar no balcão a sua benção e se você não alcançar a tal benção, o problema é teu. Foi porque você pediu com pouca fé, ou foi porque você deu brecha, ou foi porque a sua oferta foi pequena, e por fim foi porque “Deus” está te testando e quem sabe na próxima entrega, você não consiga?

Isso é pra rir ou pra chorar? É cômico ou é trágico?

Hoje essa questão de programas de televisão ou rádio, ficou tão grave, que não sabemos mais se os programas existem visando popularizar determinado ministério, levantar recursos através dos muitos apelos aos telespectadores, uns até chegando a suplicar ajuda ou para proclamação do evangelho simples de Jesus? Pergunta que não é facilmente respondida.

Mas vejo que esse evangelho apresentado nos programas de rádio ou TV, fazem a nossa relação com Deus algo trivial, sem sentido, sem temor, sem a relação de filho com pai, apenas ouvimos “tristemunhos” de pessoas que sentiram arrepios pelo corpo, como que se Deus fosse um estimulante químico, “tristemunhos” de milagres que viveram, milagres muitas vezes aumentados e é claro a pessoa é levada a confessar onde e como ela viveu o tal milagre “Qual igreja? Oração de quem? ” e não a confessar que foi através do infinito amor de Deus por nós.

Fica a ai a questão a ser respondida pela sua consciência:

Rir ou Chorar? Cômico ou Trágico?

Sempre no caminho...