sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Crente vota em crente?

"Crente vota em crente". Quem nunca ouviu essa frase? Acredito que todos nós, de uma maneira ou de outra, já ouvimos essa afirmação. E como ela soa verídica, taxativa e impositiva, nós, muitas vezes, nos sentimos constrangidos e pressionados a votar em crentes. Temos medo de questionar essa afirmação. Pensamos que ela é bíblica, especialmente, porque ela é dita por muitos líderes e pastores.

Somos levados a acreditar que os evangélicos, por si mesmos, pelo
simples fato de serem evangélicos, irão mudar a situação do nosso país através de atuações políticas. Tolo pensamento...

Deus não está limitado em Seu poder a ponto de necessitar de pessoas evangélicas para coordenar as ações no mundo. Deus é totalmente livre e soberano. Se assim não fosse, Ele não seria Deus. Se Deus precisasse de alguma coisa ou de alguém para agir em algum lugar, Ele seria um Deus dependente, fraco, limitado, incapaz, joguete nas mãos das pessoas, marionete dos homens egoístas e escravo dos instáveis desejos humanos.

Mas, aleluia! Deus não depende de quem quer que seja para fazer valer a Sua própria vontade.
Ele não é uma marionete manipulada pelos desejos egoístas das pessoas. Ele é totalmente livre e soberano. Por isso, para executar a própria vontade no mundo, Deus pôde usar Moisés, um homem totalmente temente a Ele, como também Ele pôde usar Nabucodonosor, a quem Ele mesmo chama de meu servo (Jeremias 25.9; 27.6). Deus, portanto, faz o que quer e usa a quem deseja, quer sejam crentes ou incrédulos.

Temos um problema no mundo de hoje. Muitas pessoas foram influenciadas pela falsa idéia de que vivemos em um mundo mágico: o mundo da "varinha de condão". Assim, pensam que se fulano for eleito, pelo simples fato dele ostentar aquele tal título, então, inevitavelmente, as coisas irão mudar. Unicamente, por se apresentar como evangélico, imaginam alguns, tal pessoa é capaz de mudar o mundo, como que em um "passe de mágica".

Infelizmente, por causa dessa "mentalidade do mundo mágico", ninguém se preocupa em verificar se fulano é honesto, se tem caráter, se é capaz, se é trabalhador, se conhece os problemas da população, se tem projetos para a comunidade, se tem bons relacionamentos ou se tem habilidade política. Muitos se contentam em verificar se fulano apresenta o título de crente.

Não! Eu não falo contra os crentes! Eu também sou crente, e creio que há evangélicos que receberam de Deus o dom e a capacitação para atuarem na política. Contudo, nessa época de eleições, eu me inquieto e fico indignado quando alguns tentam pressionar os crentes, dizendo que, porque são crentes, devem votar em crentes.

Pr. Gustavo Bessa

4 comentários:

Anônimo disse...

Olavo eis ai uma grande verdade não sou evangelico mais acredito que a pessoas boas e ruins em todos os meios seja ele religioso , politico ou pessoal enfim temos antes de tudo analisar e ver o que é bom num todo , e não nos deixar influenciar.
um abraço ANDRÉ

Anônimo disse...

Olavo, eu cansei dos "chavões" no meio evangélico. Não acho a política uma coisa má; o problema está no que os homens fizeram da política. Não é novidade pra ninguém que a corrupção virou um "câncer" em nosso sistema. O mais interessante é ver a incoerência do discurso de púlpito com a prática. Já ouvi com frequencia a premissa bíblica de que
não pode existir comunhão entre luz e trevas; e no entanto, não entendo por quê quando se trata de política, alguns irmãos parecem não considerar
essas palavras... fazem alianças com pessoas de conduta duvidosa!! (Sou amiga do Álvaro Júnior; ele me indicou seu blog).

CAMINHO disse...

André, o que vale não é ser crente ou não, religioso ou não, o que vale é nos analisarmos, como vc disse um todo, para reflertirmos e escolhermos o melhor.

Um grande abraço

CAMINHO disse...

Cris, é um prazer recebe-la por aqui, ainda sendo amiga do meu grande amigo Álvaro, ai não tenho nem palavras.

Outra coisa, para alguns "evangélicos" a palavra "luz e trevas", pelo visto são sinônimos, porque para eles não existe diferença.

Um grande abraço