quarta-feira, 19 de março de 2008

Simplicidade do evangelho

É tão bom viver a simplicidade do Evangelho de Jesus. Apenas poder respirar a graça de Deus e sorrir na certeza de que foi para a liberdade que Cristo nos libertou. Poder ser você mesmo. Atravessar seus momentos sem culpas ou cobranças. Ser humano sem deixar de ser espiritual. Ser espiritual sem deixar de ser humano. Poder saber que não há papéis a representar e nem aparências a manter. Tudo é simples. Nada é pesado. Tudo é leve. Como o vento que sopra onde quer. Como o animal selvagem que corre pela selva e que nunca foi domado ou domesticado pelos homens. Como a criança que corre livre e feliz sabendo que seu pai cuida dela.

Triste é quando encontramos em nosso caminho os complicadores da existência humana. Pior ainda quando eles falam em nome de Deus. Pra falar a verdade, eles são os sabotadores da alegria. Gente que nunca compreendeu, que Deus estava em Cristo, reconciliando consigo os homens. Pessoas que nunca se permitiram experimentar a graça de Jesus. Estão sempre falando de como estamos aquém do que Deus quer de nós; sempre trazendo condenação e culpa; sempre preocupadas com a lei e a moral. Gente que coa um mosquito, mas engole um camelo. Destes, com licença, quero distância.


Quero louvar com a simplicidade de uma criança que canta sem a preocupação de ganhar competições ou conquistar admiradores para si ou seu grupo. Soltar a voz como o passarinho que usa o seu dom de cantar para expressar sua liberdade, alegria e vida. Tocar e cantar apenas por puro prazer e alegria. Sem pretensões, tensões ou cobranças. Sem referências para imitar ou padrões para copiar. Apenas aquele louvor gostoso e alegre que faz a alma sentir-se leve e abençoada.


Quero pregar a Palavra com a naturalidade de quem respira. Simplesmente, falar do que enche o coração, sem ter que ser brilhante ou extraordinário. Poder ser simples como Jesus que falava dos lírios do campo e das aves do céu. Não ser engessado ou manipulado pelas expectativas ou exigências do público ou dos "admiradores". Não preciso de fãs; apenas de amigos. Quero ser livre, para não ter compromisso com nenhum estilo, modelo, modismo ou ênfase – apenas, com o Espírito de Deus e com que Ele faz vida em mim naquele momento. Livre para poder mudar.


Quero ser eu mesmo. Poder expressar o que penso, o que gosto e o que sinto na certeza de que Deus me ama e me dá esta liberdade. Poder ser humano e normal. Não viver aprisionado às paredes estreitas da religiosidade humana que nada faz senão roubar a beleza e a graça de um relacionamento real com o Criador.


Estou cansado da cultura da culpa. Gente que vive cheia de culpa e que a transfere para os que as ouvem. Gente que vive vigiando a vida, os relacionamentos e a liberdade alheia. Cansei de ouvir comentários sobre os erros do meu irmão. Quero viver. Que o meu irmão possa viver a liberdade de se relacionar ele mesmo com Jesus. Deus não precisa que eu seja "cão de guarda" da vida de ninguém. Ele é Deus e Senhor e não precisa de gente para defender a Sua santidade.

Deus nos livre desta mentalidade tão pequena que não é capaz de enxergar Sua imagem no nosso semelhante; mas, apenas nos que pertencem ao nosso grupo. Gente que não vê beleza no que é belo, apenas porque não é feito por alguém do seu gueto religioso. Deus nos livre de sofrermos por questões mesquinhas e sem valor. Deus nos livre de parecermos mais com os fariseus do que com Jesus, o Filho de Deus.
Meu compromisso é com Cristo e Sua Palavra. É a Ele que eu sirvo. É a Ele que eu amo.


Chega de lermos a Bíblia com tão pouco bom senso, sem enxergar o seu verdadeiro espírito. O testemunho de Jesus é o espírito da profecia. Chega de procurarmos em suas páginas, apenas, confirmações e apoio para nossas próprias idéias.

Chega de usarmos a Palavra de Deus para cercear a liberdade das pessoas e as mantermos em uma prisão emocional que Deus nunca quis para elas.

Chega de sermos apenas "papagaios" do que os outros disseram ou escreveram; sem nunca pararmos para refletir se faz sentido ou se é coerente com o espírito das Escrituras.


Quero ser honesto com o que a Palavra diz. Quero entender que a hermenêutica (arte de interpretar textos) maior da Bíblia é o próprio Jesus. É nEle, em Sua vida, em Suas atitudes e práticas que encontramos o sentido real da Escritura. Deus abra os olhos dos nossos corações para que sejamos livres para amá-lo e servi-lo com alegria.


Que Deus nos ajude.


Copilado do Pr. Paulo Cardoso.

1 comentários:

Luis Fernando da Silva Gennari disse...

Jesus é a peça chave para o entendimento das escrituras, ele é a escritura encarnada! Portanto, não temos mais que nos preocupar com interpretações da palavra, já que Jesus interpretou a palavra vivendo. Ele mostrou o que é e o que não é importante para Deus. Mostrou quais deveriam ser nossas prioridades, só não vê e não percebe quem não quer.

Liberdade de escolha e sinceridade no coração. Uns tem liberdade para não fazer nada pelo próximo, mas os que querem estar mais envolvidos, serem mais misericordiosos e caridosos também tem liberdade para para assim ser!. Tem gente que não "engole" a bondade do próximo, vai logo apontando o dedo e fazendo julgamentos precipitados. Bondade e boas ações não compram a Deus e a salvação, mas de uma vez por todas é importante respeitar e dar liberdade para aqueles que querem ser de fato bons para os outros. Quem quer só pregar, em um abiente confortável com ar condicionado e alta tecnologia, que assim o faça! Porém o importante é não julgar aqueles que tem outras prioridades e intenções para com o próximo.

Os que querem estar no templo todos os dias, tem liberdade para ali estar. Mas aqueles que não se sentem confortáveis neste ajuntamento de pessoas, tem liberdade para não ir!

Cada um faça com sinceridade e amor aquilo que sua consciência manda, respeitando e a individualidade e vontade de cada pessoa.